Pagamento na Europa: Um guia detalhado

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Aceite pagamentos online, presenciais e de qualquer lugar do mundo com uma solução desenvolvida para todos os tipos de negócios, de startups em crescimento a grandes multinacionais.

Saiba mais 
  1. Introdução
  2. O panorama do mercado
  3. Formas de pagamento
    1. Uso atual
    2. Novas tendências
  4. Facilidades e barreiras de entrada
    1. Impostos
    2. Estornos e contestações
    3. Pagamentos internacionais
    4. Segurança e privacidade
  5. Fatores essenciais para sucesso
  6. Conclusões principais
    1. Adoção de pagamentos por aproximação
    2. Simplificar pagamentos internacionais
    3. Implementação de medidas rigorosas de segurança

O ingresso no mercado europeu de pagamentos digitais deve atingir US$ 2,42 trilhões em transações até 2025. Apesar das diferenças entre países, a aceitação de pagamentos sem contato já se tornou indispensável em toda a região.

A seguir, analisaremos o que empresas que desejam entrar nesse mercado devem avaliar:

  • Adoção dos pagamentos por aproximação
  • Simplificando pagamentos internacionais
  • Implementação das medidas de segurança robustas
  • O panorama do mercado

O panorama do mercado

A Europa é composta por mais de 40 países, cada um com seus próprios métodos de pagamento. Os consumidores em toda a região estão, pouco a pouco, abandonando o dinheiro físico e migrando para alternativas sem contato, como cartões de crédito e débito contactless, carteiras digitais e opções de “compre agora e pague depois” (BNPL). Nos países nórdicos, como Suécia e Noruega, a transição para uma economia cashless está mais avançada, enquanto em boa parte da Europa Central e Oriental ainda se depende fortemente do dinheiro em espécie em transações presenciais.

O quadro regulatório, conduzido pela União Europeia, mostrou-se flexível diante da expansão dos pagamentos digitais. Normas como a Payment Services Directive (PSD2) revisada criaram um sistema mais seguro e acessível para operações financeiras. Mesmo assim, questões de segurança e de interoperabilidade seguem como desafios importantes para empresas que recebem pagamentos no continente.

Formas de pagamento

Apesar de cada país europeu ter sua própria tradição de pagamentos, a região como um todo caminha para uma adesão crescente aos pagamentos por aproximação. Confira abaixo os métodos de pagamento mais comuns na Europa, desde os tradicionais até os que vêm ganhando popularidade.

Uso atual

Embora o dinheiro em espécie ainda seja usado na Europa, sua participação está diminuindo. Um levantamento do Banco Central Europeu apontou que os pagamentos em dinheiro no ponto de venda (POS) caíram de 72% em 2019 para 59% em 2022, ainda permanecendo como a forma mais adotada em compras presenciais. Já os cartões de crédito e débito foram a modalidade dominante no ambiente on-line em 2022, representando 51% das transações virtuais e 34% das realizadas em POS.

Os pagamentos por aproximação ganharam espaço de forma acelerada: o mesmo estudo indicou que o uso de cartões por aproximação em POS subiu de 41% em 2019 para 62% em 2022. Além disso, a região mostra ampla utilização de carteiras digitais: um estudo da Visa em 2023 registrou que 72% dos europeus já recorrem a esse recurso. A Suíça e os países nórdicos lideraram, com taxas de adoção entre 83% e 94% da população.

A modalidade BNPL (“compre agora, pague depois”) também cresce, impulsionada pela popularidade da sueca Klarna e de outros provedores locais. A previsão é que o volume de pagamentos BNPL avance cerca de 15% ao ano, alcançando US$ 219 bilhões em 2024.

Principais formas de pagamento B2C na Europa

  • Cartões de crédito
  • Cartões de débito
  • Carteiras digitais
  • Transferências bancárias
  • BNPL

Principais formas de pagamento B2B na Europa

  • Cartões de crédito
  • Transferências bancárias (ex.: [SEPA] — Área Única dos Pagamentos em Euros)
  • Transferências eletrônicas (ex.: [SWIFT] — Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication)
  • BNPL

Novas tendências

Na Europa Oriental e nos países da Comunidade dos Estados Independentes, as carteiras digitais vêm conquistando espaço de forma consistente, somando 24% dos pagamentos de e-commerce em 2022. Já na Europa Ocidental e nos países nórdicos, cresce a adoção de moedas digitais. Um estudo de 2022 mostrou que 10% dos adultos do Reino Unido já possuíam ou tiveram criptoativos. A Suécia, por sua vez, iniciou o projeto-piloto da e-krona, uma CBDC (moeda digital emitida por banco central) que pode funcionar como alternativa às moedas privadas. Se ganhar escala, a e-krona pode acelerar ainda mais a aceitação de ativos digitais na região.

Facilidades e barreiras de entrada

Ingressar no mercado de pagamentos europeu exige lidar com impostos, estornos, transações transfronteiriças e requisitos de segurança de pagamentos. Veja os pontos principais antes de começar a aceitar pagamentos na região:

Impostos

O imposto sobre valor agregado (VAT) incide sobre a maioria dos bens e serviços na Europa, com média de 21,6% na União Europeia em 2024. Embora o VAT seja arcado pelo consumidor, cabe às empresas recolhê-lo e repassá-lo ao governo. Falhas ou atrasos no repasse podem gerar multas, e a não conformidade pode acarretar em auditorias e consequências legais.

Estornos e contestações

Os estornos seguem procedimentos padronizados, conduzidos por bandeiras de cartões, bancos e outras instituições. Quando um cliente contesta uma transação, a empresa é notificada e os valores ficam retidos até a conclusão da análise. Nesse caso, o comerciante deve apresentar provas, como recibos, comprovantes de entrega e registros de comunicação com o cliente.

Leis como a Lei de Crédito ao Consumidor do Reino Unido dão respaldo a esse processo e estabelecem mecanismos de reparação. A PSD2, que impõe Autenticação Forte de Cliente (SCA), também influencia como lidar com as estornos e contestações, e o nível de autenticação pode ser usado como argumento em disputas.

Pagamentos internacionais

Caso sua empresa vá aceitar pagamentos de diferentes países e moedas, considere estes fatores:

  • Conversão de moedas: aceitar moedas diversas exige conversão. Os bancos normalmente adicionam a margem sobre a taxa interbancária, usada como referência entre instituições financeiras. Provedores de pagamento terceirizados, como a Stripe, podem simplificar o processo para empresas e clientes.

  • Transferências SEPA: o débito automático SEPA simplifica transações transfronteiriças em euros. Todos os 27 países-membros da UE pertencem à zona SEPA, inclusive a Suíça, o Reino Unido, San Marino, o Vaticano, Andorra, Mônaco e os três países da Área Econômica Europeia (EEA), Islândia, Liechtenstein e Noruega.

  • Conformidade legal e regulatória: existem normas sobre transações internacionais e conversão de moedas em todo o continente. É obrigatório divulgar tarifas e taxas com transparência para manter a conformidade.

Segurança e privacidade

A União Europeia mantém uma estrutura regulatória sólida com práticas recomendadas de proteção de dados, autenticação e combate à lavagem de dinheiro (PLD). Entre as principais:

  • Proteção de dados: o Regulamento Geral e Proteção de Dados (GDPR), estabelece regras relativas à proteção de dados de clientes, exigindo consentimento explícito para a coleta de dados e garantindo o direito à remoção de dados. Descumprimentos podem gerar multas de até 20 milhões de euros, ou 4% do faturamento global, valendo o maior valor.

  • Autenticação do cliente: de acordo com a PSD2, os provedores de serviço de pagamento devem cumprir a SCA, e as transações geralmente exigem autenticação de dois fatores para prosseguir. A Diretiva de Serviços de Pagamento 3 (PSD3) trará novos requisitos.

  • Prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) e ao financiamento do terrorismo (CTF): as diretivas da UE sobre PLD e CFT, cujo objetivo é impedir a movimentação de rendimentos ilegais no sistema financeiro e o financiamento do terrorismo, impõem às instituições financeiras a obrigação de monitorar e relatar transações suspeitas. O não cumprimento gera penalidades rigorosas.

  • Proteção ao consumidor: muitos países europeus têm legislações que exigem a transparência na publicidade, preços e políticas de devolução e reembolso. Os órgãos públicos normalmente atuam contra práticas comerciais abusivas com base nessas regras.

  • Padrão PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standard): empresas e plataformas de pagamento que lidam com cartões devem cumprir com as regras desse padrão global, que define práticas recomendadas para processar, armazenar e transmitir dados de titulares de cartão, reduzindo o risco de fraudes.

Fatores essenciais para sucesso

Empresas que queiram operar na Europa devem priorizar os pagamentos sem contato e por dispositivos móveis, simplificar transações internacionais e fortalecer práticas de segurança. Veja como cada fator contribui para o crescimento:

  • Pagamentos sem contato: Consumidores europeus já preferem cartões contactless e carteiras digitais, especialmente no Norte da Europa. Em 2022, esses meios representaram 86% das compras presenciais na Noruega. É essencial estar preparado para aceitar essas formas.

  • Infraestrutura móvel: Com a ascensão do mobile commerce, aceitar pagamentos móveis é crucial. No Reino Unido, 55% das vendas online no varejo em 2022 foram feitas via dispositivos móveis. Sites de checkout devem ser totalmente compatíveis.

  • Pagamentos internacionais facilitados: Exibir valores em diferentes moedas ajuda a atrair clientes. Para B2B, oferecer soluções específicas de pagamentos internacionais como transferências SEPA aumenta a praticidade.

  • Medidas rigorosas de segurança nos pagamentos: As empresas devem adotar ações consistentes para reduzir riscos de fraude em transações, como validar a identidade dos clientes e implementar sistemas altamente protegidos para o armazenamento de dados sensíveis. Regulamentos da União Europeia, como o GDPR e a PSD2, tornam essas práticas mandatórias, garantindo a proteção contra prejuízos financeiros e contra danos à imagem da organização.

Conclusões principais

Apesar das particularidades de cada mercado, o sistema europeu de pagamentos se apoia em elementos comuns a todos os países. Expandir para a Europa exige que as empresas considerem as preferências locais e se beneficiem das iniciativas de integração que facilitam transferências transfronteiriças. Entre elas, destacam-se:

Adoção de pagamentos por aproximação

  • Carteiras digitais bem-vindas: A Europa Ocidental já possui forte uso de carteiras digitais, e sua penetração na Europa Oriental cresce rapidamente, devido à conveniência e à difusão dos smartphones. É importante aceitar Apple Pay, Google Pay e similares.

  • Aceitar pagamentos BNPL: Como se espera que o BNPL continue a crescer, disponibilizar esse tipo de transação por meio de provedores como Klarna dá mais flexibilidade aos clientes.

  • Aprimorar para mobile: Atualize as páginas de checkout para garantir que sejam totalmente adaptadas ao uso em dispositivos móveis, fáceis de navegar e compatíveis com diferentes métodos de pagamento.

Simplificar pagamentos internacionais

  • Utilizar a área SEPA: Estruture pagamentos internacionais dentro da zona do euro para reduzir custos e prazos de liquidação, aproveitando a transferência via SEPA.

  • Interfaces multilíngues: A União Europeia conta com 24 idiomas oficiais — além de línguas de países não pertencentes à UE. Traduzir o fluxo de checkout reduz atritos e diminui o abandono de carrinho.

  • Aceitar múltiplas moedas: Embora o euro seja predominante, circulam também outras moedas, como a coroa tcheca, o złoty polonês e o franco suíço. Permitir que o consumidor pague em sua moeda local pode aumentar a taxa de conversão.

Implementação de medidas rigorosas de segurança

  • Verificar identidades dos clientes: Cumpra os requisitos da PSD2 sobre SCA e use recursos como autenticação de dois fatores e 3D Secure para validar usuários e reduzir riscos de fraude CNP (cartão não presente).

  • Proteger dados dos clientes: Garanta que suas práticas sigam o GDPR e o PCI DSS, evitando exposição indevida de informações e penalidades legais.

  • Atualizar controles antifraude: Revise regularmente sistemas de monitoramento e oriente os clientes sobre boas práticas de pagamento, criando um ambiente confiável.

O conteúdo deste artigo é apenas para fins gerais de informação e educação e não deve ser interpretado como aconselhamento jurídico ou tributário. A Stripe não garante a exatidão, integridade, adequação ou atualidade das informações contidas no artigo. Você deve procurar a ajuda de um advogado competente ou contador licenciado para atuar em sua jurisdição para aconselhamento sobre sua situação particular.

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