Com o crescimento do comércio digital, as empresas buscam novas formas de atender às necessidades dos clientes e acessar novos fluxos de receita. Uma oportunidade que vem ganhando popularidade é o modelo de marketplace online. Um relatório da Grand View Research diz que a receita global de marketplaces online deve atingir US$ 27,1 trilhões até 2027. Marketplaces online como Amazon, Airbnb e Uber revolucionaram seus respectivos setores, comprovando a eficácia e escalabilidade desse modelo de negócio.
A construção de um marketplace online envolve planejamento cuidadoso, decisões estratégicas e execução meticulosa. O processo inclui a definição do conceito, a realização de pesquisas de mercado, o desenvolvimento do modelo de negócio, o desenho da plataforma, a atração de usuários e o refinamento por feedback. Apesar dos desafios, as vantagens de estabelecer um marketplace online bem-sucedido são significativas, permitindo operar um comércio em grande escala, gerar receitas estáveis e construir uma presença digital forte. Confira nosso guia rápido de questões importantes para quem vai começar a definir o escopo, planejar e lançar um marketplace online.
Neste artigo:
- O que é um marketplace?
- Qual a diferença entre marketplaces e sites de e-commerce?
- Tipos e modelos de negócio de marketplaces online
- Processamento de pagamentos em marketplaces: como escolher um provedor
- Como criar um marketplace
O que é um marketplace?
Um marketplace é um tipo de e-commerce onde vários fornecedores externos vendem produtos ou serviços e o operador do marketplace processa transações. Os marketplaces online são o equivalente digital de uma feira ou shopping center, onde vários vendedores se reúnem para vender seus produtos.
Essas plataformas podem ser B2B (business-to-business), B2C (business-to-consumer) ou C2C (consumer-to-consumer), dependendo da natureza das transações realizadas. Amazon, eBay e Etsy são exemplos conhecidos de marketplaces online.
Qual a diferença entre marketplaces e sites de e-commerce?
Embora os marketplaces e os sites regulares de e-commerce operem online e permitam a compra e a venda de bens ou serviços, há várias diferenças básicas:
Diversidade de vendedores
Um marketplace agrega produtos ou serviços de vários vendedores externos, oferecendo opções e variedade para os clientes. Um site de e-commerce tradicional, por outro lado, geralmente vende produtos ou serviços de uma única empresa.Gestão de estoque
No marketplace, vendedores gerenciam inventários separados e a própria plataforma do marketplace não é proprietária do inventário. Por sua vez, um site de e-commerce tradicional gerencia seu próprio estoque e cadeia de suprimentos. Uma exceção é o modelo dropshipping, que é um método de atendimento de varejo em que uma loja vende produtos sem manter os itens em estoque, comprando o produto de um terceiro e enviando diretamente ao cliente.Concorrência de preços
Como um marketplace hospeda vários vendedores, muitas vezes há concorrência direta de preços entre produtos semelhantes. Em um site de e-commerce tradicional, os preços são definidos pela empresa e não há concorrência direta na mesma plataforma.Modelo de receita
Normalmente, os marketplaces ganham dinheiro cobrando uma comissão ou tarifa por cada transação feita na plataforma. Sites comuns de e-commerce ganham receita diretamente com a venda de seus produtos ou serviços.Responsabilidade pelo atendimento
Em um marketplace, os vendedores geralmente são responsáveis por enviar seus produtos aos clientes, embora alguns marketplaces possam oferecer serviços de atendimento centralizados. Em um modelo tradicional de e-commerce, a empresa que administra o site é responsável pelo atendimento.Relacionamento com o cliente
Em um marketplace, o relacionamento com o cliente geralmente é compartilhado entre o marketplace e os vendedores individuais. Para um site de e-commerce tradicional, o relacionamento é exclusivamente entre o cliente e a empresa que administra o site.Avaliações e classificações
A maioria dos marketplaces tem um sistema para que os clientes avaliem e classifiquem cada vendedor, ajudando a criar confiança e fornecer informações para clientes futuros. Embora os sites de e-commerce também possam ter sistemas de avaliação e classificação, eles geralmente são focados nos produtos, não nos vendedores.
As empresas precisam entender essas distinções antes de decidir se vender em um marketplace é o mais adequado para seus objetivos de curto e longo prazo. Se um marketplace for a escolha certa, o próximo passo é entender os vários tipos de marketplaces e os modelos de negócios pertinentes.
Tipos e modelos de negócio de marketplaces online
Existem diferentes tipos de marketplaces online, cada um com características e modelos de negócio únicos:
Marketplaces B2C (vendas de empresas para consumidores)
Plataformas nas quais as empresas vendem para clientes finais. Um exemplo desse modelo é a Amazon, onde muitas empresas diferentes vendem seus produtos aos clientes e a Amazon leva uma porcentagem de cada venda como comissão.Marketplaces de consumidor para consumidor (C2C)
Essas plataformas permitem que os clientes vendam produtos entre si. O eBay, por exemplo, permite que indivíduos leiloem itens para o maior lance. Normalmente, esses marketplaces ganham dinheiro cobrando uma tarifa de listagem ou recebendo uma pequena porcentagem de cada transação.Marketplaces B2B (vendas entre empresas)
Essas plataformas facilitam as transações entre empresas. Um exemplo é o Alibaba, onde fabricantes e atacadistas vendem produtos no atacado para empresas em todo o mundo. Geralmente, eles geram receita cobrando tarifas de associação ou transação.Marketplaces de serviços
Essas plataformas conectam prestadores de serviços a clientes que precisam desses serviços. Um exemplo é o Uber, que conecta motoristas com passageiros, outro é o Upwork, que conecta freelancers a clientes. Essas plataformas costumam cobrar uma comissão de cada transação.Marketplaces verticais
Essas plataformas são especializadas em um tipo de produto ou serviço. Por exemplo, a Etsy se concentra em itens artesanais e vintage, e a Zillow se concentra em imóveis. Seus modelos de receita podem variar, mas muitas vezes envolvem tarifas de transação ou de listagem.Marketplaces horizontais
Essas plataformas vendem vários tipos de produtos e serviços em diferentes setores. Amazon e eBay são bons exemplos, pois oferecem uma ampla gama de categorias de produtos. Normalmente, eles geram receita cobrando dos vendedores uma comissão sobre cada venda.Marketplaces de aluguel entre consumidores (P2P)
Essas plataformas facilitam a locação temporária de produtos. O Airbnb é um exemplo, permitindo que indivíduos aluguem suas casas para viajantes. Eles normalmente ganham dinheiro cobrando uma tarifa de serviço em cada reserva.Marketplaces descentralizados
Este é um tipo mais recente de marketplace que usa a tecnologia blockchain para facilitar transações peer-to-peer sem uma autoridade central. Exemplos: OpenBazaar e Origin Protocol. Eles geralmente não cobram tarifas de transação, mas podem ganhar dinheiro por outros meios, como a venda de tokens próprios.Marketplaces híbridos
São plataformas que combinam diferentes tipos de marketplaces. Por exemplo, a Amazon é principalmente um marketplace B2C, mas também tem componentes B2B (Amazon Business) e C2C (Amazon Marketplace para itens usados).
Esses diferentes tipos de marketplaces demonstram como o modelo marketplace pode se adaptar a diversos tipos de transações e interações, entre diferentes tipos de usuários. Para aproveitar essa flexibilidade, as empresas devem escolher estrategicamente o modelo de marketplace mais vantajoso com base em seus pontos fortes únicos e mercado-alvo.
Processamento de pagamentos em marketplaces: como escolher um provedor
O processamento de pagamentos e a infraestrutura de pagamentos são importantes para as operações de marketplaces. Eles facilitam as transações entre compradores e vendedores, que são fundamentais para o modelo de negócios de marketplace. Um sistema de processamento de pagamentos eficiente, seguro e confiável pode gerar confiança, melhorar a experiência do usuário, aumentar as vendas e expandir os negócios.
Alguns fatores que devem ser considerados na avaliação de possíveis provedores de processamento de pagamentos:
Custo
As tarifas cobradas pelo provedor de pagamentos podem incluir tarifas de configuração, tarifas de transação, tarifas mensais e tarifas por estornos. Alguns provedores também podem cobrar por serviços como proteção contra fraudes. Por exemplo, a Stripe cobra uma porcentagem mais uma tarifa fixa por transação, mas não tem tarifas mensais ou de configuração.Alcance global e moedas
Se seu marketplace atende clientes internacionais, você precisa de um processador de pagamentos que aceite várias moedas e esteja disponível em vários países. A Stripe, por exemplo, aceita mais de 135 moedas e está disponível em 46 países.Facilidade de integração
O sistema de pagamento deve ser de fácil integração com sua plataforma de marketplace. A Stripe, por exemplo, oferece APIs que são conhecidas por sua flexibilidade e facilidade de integração.Opções de repasse e agendamento
Dependendo da natureza do seu marketplace, você pode precisar de opções flexíveis de repasse para seus vendedores. A Stripe, por exemplo, oferece cronogramas de repasses personalizáveis e várias formas de repasse, tornando-a ideal para diferentes tipos de marketplaces.Segurança
O provedor deve usar medidas de segurança robustas para proteger dados financeiros confidenciais. A Stripe usa machine learning para detecção de fraudes e é Provedor de Serviços PCI de Nível 1, o mais alto nível de certificação no setor de pagamentos.Conformidade regulatória
O processador de pagamentos precisa estar em conformidade com as legislações, como leis de proteção de dados e privacidade, nas regiões em que opera. A Stripe mantém fortes padrões de conformidade, incluindo conformidade com GDPR para clientes europeus.Atendimento ao cliente
Um bom atendimento ao cliente é importante para resolver quaisquer problemas que possam surgir. A Stripe oferece opções de suporte 24 horas, incluindo suporte por e-mail, chat e telefone.
Considerando esses fatores, considere este processo ao escolher um provedor de processamento de pagamentos:
1. Definir suas necessidades
Entenda seu modelo de negócios, seu público-alvo, os países em que você operará, as moedas que você precisa aceitar, seu orçamento e outras necessidades específicas.
2. Pesquisar
Pesquise diferentes provedores para entender suas ofertas, custos e reputação no setor. Leia avaliações e converse com outras empresas que usam seus serviços.
3. Comparar
Avalie diferentes provedores com base em suas necessidades e suas ofertas. Considere os fatores mencionados acima: custo, alcance global, facilidade de integração, opções de repasse, segurança, conformidade e suporte ao cliente.
4. Testar
Muitos provedores oferecem ambientes para testes. Use esses ambientes para entender a experiência do usuário e testar a integração com sua plataforma.
5. Escolher e integrar
Depois de avaliar todos os fatores e testar as opções, você pode tomar uma decisão informada. Escolha o provedor que melhor se adapta às suas necessidades e integre-o ao seu marketplace.
A solução correta de processamento de pagamentos pode garantir transações tranquilas e ter um impacto significativo na experiência do usuário, na confiança e no crescimento de seu marketplace online.
Como criar um marketplace
Criar um marketplace online envolve várias etapas, desde a definição da sua ideia até o lançamento e divulgação da plataforma. Visão geral do processo:
1. Defina sua ideia
Comece definindo o conceito central do seu marketplace. Que tipo de produtos ou serviços serão vendidos? Quem são seus principais compradores e vendedores? Qual é a sua proposta de venda especial que o diferencia das plataformas existentes?
2. Realize pesquisas de mercado
Entenda o mercado existente, os concorrentes e as necessidades dos clientes. Analise marketplaces de sucesso para entender o que eles estão fazendo bem e onde existem lacunas que seu marketplace pode preencher.
3. Desenvolva um modelo de negócios
Decida como você gerará receita. Podem ser tarifas por transação, tarifas por listagem, assinaturas ou uma combinação delas. Pense também na sua estratégia de preços e como ela se compara com os concorrentes.
4. Definir as funções da plataforma
Descreva os principais recursos e funções de que sua plataforma precisa. Podem ser ferramentas de pesquisa e descoberta, perfis de usuário, listagens de produtos, um sistema de pagamento seguro, sistemas de revisão e classificação e ferramentas de comunicação para compradores e vendedores.
5. Escolha suas tecnologias
Você pode escolher criar seu marketplace do zero, usar uma plataforma pré-integrada ou usar softwares de marketplace. Considere seu orçamento, prazos e capacidades técnicas ao tomar essa decisão. Também há várias soluções para integrar o processamento de pagamentos, como Stripe.
6. Crie a plataforma
Seja para quem desenvolve um marketplace do zero ou usan uma plataforma, é preciso implementar as funções desejadas. Se você não for desenvolvedor, precisa contratar uma equipe de desenvolvimento.
7. Teste sua plataforma
Antes do lançamento, realize testes completos para que tudo funcione conforme o esperado. É preciso testar o processo de compra e venda, o sistema de pagamento e todos os recursos da plataforma.
8. Atraia vendedores
Para atrair compradores, você precisa de vendedores. Entre em contato com possíveis vendedores que seriam uma boa opção para seu marketplace. Você pode oferecer incentivos para os primeiros associados.
9. Lance sua plataforma
Depois de testar tudo e ter alguns vendedores, você pode lançar seu marketplace. Comece com um lançamento pequeno, convidando um pequeno grupo de usuários para testar a plataforma no mundo real e fornecer feedback.
10. Divulgue sua plataforma
Use várias estratégias de marketing para atrair compradores. Pode ser SEO, marketing de conteúdo, marketing em redes sociais, anúncios pagos e parcerias.
11. Receba e aplique feedback
Conforme os usuários começarem a usar sua plataforma, colete comentários para entender o que está funcionando e o que não está. Use esse feedback para melhorar continuamente sua plataforma.
12. Cresça e expanda
Conforme seu marketplace se estabelece, considere estratégias de crescimento. Pode ser uma expansão para novos mercados ou categorias, recursos de comunidade ou uso de dados para personalização e recomendações.
Lembre-se de que um marketplace bem-sucedido exige confiança e gerenciar as interações entre compradores e vendedores. Esse processo requer testes e melhorias constantes com base no feedback dos usuários. Dedicar-se a isso no início gera uma base sólida com retorno exponencial à medida que seu marketplace for lançado e crescer.
Para saber como a Stripe processa pagamentos para os principais marketplaces, clique aqui para ler estudos de caso.
O conteúdo deste artigo é apenas para fins gerais de informação e educação e não deve ser interpretado como aconselhamento jurídico ou tributário. A Stripe não garante a exatidão, integridade, adequação ou atualidade das informações contidas no artigo. Você deve procurar a ajuda de um advogado competente ou contador licenciado para atuar em sua jurisdição para aconselhamento sobre sua situação particular.