Em 2024, as stablecoins processaram trilhões em pagamentos em todo o mundo. O uso de stablecoins tem ajudado empresas a enviar dinheiro, liquidar pagamentos e alcançar clientes em regiões onde o sistema bancário tradicional pode ser menos acessível.

A seguir, veja como diferentes tipos de stablecoins influenciam o risco, como a regulamentação e a transparência das reservas afetam a adoção e o que é necessário para integrar stablecoins de forma responsável.

O que há neste artigo?

• Por que usar stablecoins na sua empresa?
  
• Como os diferentes tipos de stablecoins afetam a gestão de risco?
  
• De que forma a regulamentação e a transparência influenciam as suas escolhas?
  
• Como iniciar e expandir a sua estratégia de stablecoin com segurança?
  
• Como as empresas podem manter a conformidade ao usar stablecoins?
  
• Como o Stripe Payments pode ajudar
  

Por que usar stablecoins na sua empresa?

Construídas sobre a blockchain, mas atreladas a moedas tradicionais como o dólar americano, as stablecoins combinam a estabilidade das finanças tradicionais com a velocidade e o alcance do dinheiro digital. Estão rapidamente a tornar-se uma ferramenta amplamente utilizada nas finanças globais.

Aqui estão os benefícios de incorporar stablecoins na sua estratégia:

• Alcance global: As stablecoins podem facilitar vendas em mercados onde o sistema bancário tradicional é limitado. Entre as empresas que utilizam o Stripe, os clientes que pagam com stablecoins têm o dobro da probabilidade de serem novos compradores em comparação com aqueles que utilizam outras formas de pagamento.

• Pagamentos internacionais rápidos e de baixo custo: As transferências internacionais tradicionais podem demorar vários dias e reduzir as margens devido às altas taxas de câmbio (FX). As stablecoins são liquidadas em minutos, com custo mínimo, e são especialmente vantajosas para empresas que processam grandes volumes de transações globais. Empresas que movimentam mais de 1 milhão de dólares em pagamentos internacionais mensais têm 92% mais probabilidade de usar stablecoins do que empresas de menor porte.

• Acesso e inclusão: As stablecoins permitem que qualquer pessoa com ligação à internet envie ou receba valor de forma imediata. Profissionais independentes e criadores de conteúdo em países com moedas instáveis podem receber em tokens vinculados ao dólar, evitando esperar semanas por uma transferência bancária em moeda desvalorizada. Empresas que oferecem pagamentos rápidos e estáveis aumentam sua capacidade de atrair e reter talentos.

Embora ainda representem uma pequena parcela dos pagamentos globais, as stablecoins estão a expandir-se rapidamente. Entre 18 meses entre 2024 e 2025, a circulação de stablecoins duplicou, um sinal claro de que este meio está a consolidar-se como parte da infraestrutura financeira moderna.

Como os diferentes tipos de stablecoins afetam a gestão de risco?

Compreender como cada tipo de stablecoin mantém a sua paridade é essencial. Existem três modelos principais, e cada um apresenta vantagens e riscos distintos.

A seguir, veja o que diferencia cada categoria de stablecoin.

Stablecoins lastreadas em moeda fiduciária

As stablecoins lastreadas em moeda fiduciária geralmente mantêm uma proporção de 1:1 com uma moeda tradicional ou títulos públicos de curto prazo mantidos em reserva. Possuir uma dessas moedas digitais equivale a ter direito a um dólar depositado numa conta bancária ou fundo do tesouro. São conhecidas pela estabilidade e eficiência de capital, mas dependem da confiança no emissor.

Empresas devem priorizar stablecoins que publiquem relatórios de reservas auditados e cumpram as normas financeiras. Na prática, muitas tesourarias corporativas preferem esse tipo por se comportar de forma semelhante ao dinheiro em caixa.

Stablecoins lastreadas em commodities

Algumas moedas estão associadas a ativos físicos, como ouro ou petróleo. O PAX Gold, por exemplo, é respaldado por uma onça de ouro por token. Essas moedas variam conforme o preço do ativo, oferecendo baixa volatilidade, mas sem garantia de preço fixo.

Stablecoins colateralizadas por criptoativos

Essas utilizam outras criptomoedas, como o Ether, como garantia. Os usuários bloqueiam criptoativos em contratos inteligentes para gerar novas stablecoins, geralmente com excesso de colateral — por exemplo, 150 dólares em Ether para emitir 100 dólares em stablecoins — reduzindo o impacto das oscilações de preço. Embora esse modelo seja transparente e descentralizado, é mais complexo e sujeito a maior volatilidade. Quando o valor do colateral cai demais, ocorrem liquidações automáticas.

Stablecoins algorítmicas

Essas procuram manter o valor apenas com base em algoritmos, ajustando a oferta conforme a procura. São leves em capital e altamente experimentais, mas o colapso da TerraUSD em 2022 mostrou como a confiança do mercado pode desaparecer rapidamente. Por esse motivo, as stablecoins puramente algorítmicas são consideradas de risco mais elevado do que as lastreadas em moeda fiduciária.

Como a regulamentação e a transparência influenciam as suas escolhas?

Nos próximos anos, novas regras, auditorias mais rigorosas e maior exigência de transparência poderão transformar as estratégias de pagamento das empresas. É essencial acompanhar essas mudanças e avaliar como elas impactam o seu negócio.

Veja os principais pontos a monitorizar em regulamentação e transparência de reservas.

Regras mais claras para reforçar a confiança

Nos EUA, o GENIUS Act criou um quadro federal para as stablecoins de pagamento, que entrará em vigor até 2027. A norma exige que os emissores mantenham 100% de reservas em dólares americanos ou ativos de baixo risco, protegidos em caso de falência, e cumpram integralmente as políticas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e sanções internacionais. O objetivo é tornar as stablecoins regulamentadas mais seguras. A legislação europeia MiCA (Markets in Crypto-Assets) segue uma lógica semelhante, e países como Japão, Singapura e o Reino Unido estão a adotar normas parecidas.

Qualidade das reservas como sinal de confiança

Mesmo com novas regras, nem todas as stablecoins são equivalentes. Alguns emissores divulgam auditorias independentes e detalhadas, enquanto outros oferecem apenas declarações vagas ou garantias baseadas em ativos mais arriscados, como petróleo ou criptoativos. As empresas devem dar preferência a emissores com transparência e reservas de alta qualidade, além de rever periodicamente os relatórios de auditoria.

Alinhamento regulatório e credibilidade

Um bom indicador de confiança institucional é o uso por empresas regulamentadas. Bancos já começaram a oferecer contas em USDC, e grandes provedores de pagamento, como o Stripe, passaram a integrar stablecoins. Escolher moedas validadas por entidades reconhecidas reduz riscos jurídicos e operacionais.

Preparação para conformidade

As autoridades deixam claro que as stablecoins devem seguir os mesmos padrões de PLD e sanções aplicados aos canais de pagamento tradicionais. Os emissores precisam monitorar a rede, bloquear endereços ilícitos e cooperar com investigações. As empresas, por sua vez, devem aplicar ferramentas próprias de conformidade, como análises de blockchain, KYC e triagem de transações, para garantir auditorias bem-sucedidas.

Como iniciar e expandir uma estratégia de stablecoin com segurança?

A implementação de uma estratégia de stablecoin deve ser tratada como qualquer outro projeto financeiro: começar pequeno, testar hipóteses e ampliar conforme os sistemas se provem eficazes.

Veja como lançar e desenvolver sua utilização de stablecoins com risco controlado e impacto máximo:

• Defina um objetivo claro: Escolha um desafio de negócio que as stablecoins possam resolver — como acelerar pagamentos internacionais, reduzir custos cambiais ou ampliar as formas de pagamento. Estabeleça metas mensuráveis, como tempos menores de liquidação e tarifas mais baixas, para avaliar o sucesso do projeto-piloto.

• Treine e alinhe as equipas: As áreas financeira, de conformidade e de operações precisam compreender o funcionamento das stablecoins e suas responsabilidades. Realize sessões breves sobre segurança de custódia, monitoramento de transações e registos contábeis.

• Escolha infraestrutura confiável: Trabalhe com provedores regulamentados que já operem com stablecoins, seja para aceitar ou enviar fundos, além de custodiar ativos institucionais. Isso permite testar benefícios sem reconstruir sistemas principais nem gerir chaves privadas diretamente.

• Conduza um piloto controlado: Processe um pequeno número de transações, documente todas as etapas e identifique o que funciona ou precisa ser ajustado. Avalie taxas de rede, experiência de clientes e fornecedores, e a facilidade de conciliar pagamentos no seu sistema de contabilidade.

• Aprimore e amplie gradualmente: Após validar o caso de negócio, expanda o uso por etapas — novos mercados, parceiros ou aplicações como transferências de tesouraria e folha de pagamento. Ajuste os mecanismos de conformidade e risco conforme o crescimento e as mudanças nas normas.

• Mantenha flexibilidade: Garanta opções de conversão para moeda fiduciária e suporte a vários emissores, evitando dependência excessiva. Uma boa estratégia de stablecoin deve permitir que a empresa altere redes, parceiros ou suspenda o uso se o contexto mudar.

Como as empresas podem manter a conformidade ao usar stablecoins?

Integrar stablecoins à gestão financeira diária muda a forma como a empresa administra fundos, gera relatórios e cumpre obrigações regulatórias. Ter uma estrutura clara garante agilidade sem perder controlo.

Veja como manter transparência e responsabilidade no uso de stablecoins.

Aplique a mesma governança usada para dinheiro em caixa

Defina quando e por quanto tempo manterá stablecoins — seja apenas para conversão rápida em moeda fiduciária ou como capital de giro em mercados voláteis. Tesoureiros podem converter stablecoins recebidas em moeda tradicional de forma imediata, enquanto outras empresas podem optar por mantê-las como reserva em dólares. Utilize carteiras com múltiplas assinaturas ou custodiantes institucionais, estabeleça limites de despesa e siga processos de reconciliação semelhantes aos controles bancários.

Planeje a liquidez e a conversão

É fundamental garantir acesso a liquidez confiável. Estabeleça parcerias com mesas de negociação privadas (OTC), corretoras ou bancos capazes de converter stablecoins em moeda fiduciária quando necessário. Analise com que rapidez consegue transformar grandes valores em dinheiro se for preciso. Algumas empresas diversificam entre diferentes stablecoins para evitar dependência de um único emissor ou rede caso surjam problemas.

Mantenha relatórios transparentes

Em muitas jurisdições, as stablecoins são classificadas como ativos digitais. Trabalhe em conjunto com os auditores para definir políticas consistentes de registro e avaliação desses ativos, normalmente pelo valor justo de mercado no momento de cada transação. Guarde registos detalhados de conversões e divulgue as stablecoins detidas, bem como a sua classificação, para evitar surpresas durante auditorias.

Trate os fluxos de stablecoins com o mesmo rigor das transferências bancárias

Implemente políticas de KYC e PLD para todas as contrapartes e use ferramentas de análise em blockchain para verificar endereços de carteiras. Se começar a reter fundos de terceiros, confirme se isso implica obrigações de licenciamento como provedor de moeda eletrônica ou transmissor de dinheiro, conforme a jurisdição. Em termos de segurança, adote autenticação multifator, armazenamento a frio e controlo de acesso baseado em função para reduzir o risco de roubo ou erro humano.

Crie um plano de contingência

Mesmo emissores regulamentados podem enfrentar interrupções técnicas ou jurídicas. Prepare um procedimento alternativo, como a conversão imediata para moeda fiduciária em até 24 horas, caso a paridade seja rompida ou o emissor enfrente sanções. Revise periodicamente as divulgações de reservas e atualizações regulatórias para garantir alinhamento com as normas aplicáveis.

Como o Stripe Payments pode ajudar

O Stripe Payments oferece uma solução global e unificada de pagamento, ajudando qualquer empresa — desde Startups em crescimento até grandes corporações — a aceitar pagamentos online, presencialmente e em todo o mundo. As empresas podem aceitar pagamentos com stablecoins globalmente, que são convertidos em moeda fiduciária e depositados no saldo da Stripe.

O Stripe Payments pode ajudar sua empresa a:

• Otimizar o checkout: Crie uma experiência de checkout fluida e poupe milhares de horas de engenharia com interfaces de pagamento pré-construídas e acesso a mais de 125 formas de pagamento, incluindo stablecoins e criptoativos.

• Expandir-se mais rapidamente para novos mercados: Alcance clientes em qualquer país e reduza a complexidade e o custo da gestão multimoeda com opções de pagamento transfronteiriço, disponíveis em 195 países e mais de 135 moedas.

• Unificar pagamentos presenciais e online: Crie uma experiência de unified commerce consistente entre canais digitais e físicos, fortalecendo a fidelização e impulsionando a receita.

• Melhorar o desempenho dos pagamentos: Aumente a conversão com ferramentas de configuração simples, incluindo proteção contra fraudes sem código e recursos avançados para melhorar as taxas de autorização.

• Crescer com rapidez e confiabilidade: Construa sobre uma plataforma flexível, escalável e com 99,999% de disponibilidade, garantindo estabilidade em larga escala.

Saiba mais sobre como o Stripe Payments pode impulsionar seus pagamentos online e presenciais ou comece já.