Proteger os dados de pagamento do cliente é essencial para preservar a confiança e garantir o funcionamento eficiente da empresa. O custo médio global de uma violação chegou a 4,88 milhões de dólares em 2024, por isso manter padrões rigorosos é fundamental.
A checklist do Payment Card Industry Data Security Standard (PCI DSS) transforma um conjunto complexo de regras em etapas práticas que qualquer empresa pode aplicar para proteger as informações do titular do cartão. A seguir, explicamos o que essa checklist exige e como manter a conformidade ao longo do tempo.
O que você vai encontrar neste artigo
- O que é conformidade PCI DSS
- O que a checklist de conformidade PCI DSS inclui
- Como monitorar e testar redes para manter a conformidade com PCI
- Como as empresas podem manter um ambiente seguro de dados de titulares de cartão
- Quais etapas seguir para se preparar para a conformidade PCI DSS
- Como manter a conformidade PCI DSS ao longo do tempo
- Como a Stripe Payments pode ajudar
O que é conformidade PCI DSS
O PCI DSS é o conjunto de normas voltado à proteção das informações de crédito e de cartão de débito. Ele foi criado em 2004 pelas bandeiras American Express, Discover, JCB, Mastercard e Visa, com o objetivo de reduzir incidentes de fraude e vazamentos de dados. Hoje, é o padrão mínimo de segurança exigido de qualquer empresa que armazene, processe ou transmita dados de cartão.
A conformidade PCI DSS é obrigatória. Se a empresa aceita pagamentos com cartões de crédito ou débito, ela está sujeita a essas regras — seja uma loja física de única localização, uma companhia em expansão do tipo software como serviço (SaaS) ou uma corporação internacional. Provedores de serviços que movimentam ou armazenam dados de cartão em nome de terceiros também precisam cumprir o padrão. As etapas de relatório podem variar conforme o volume de transações, mas os requisitos de segurança são universais.
O PCI DSS não é uma lei, mas sua aplicação é feita por meio de contratos com bancos e processadores de pagamentos. O não cumprimento pode resultar em multas, auditorias onerosas, processos judiciais ou até na perda do direito de processar pagamentos com cartão.
O que a checklist de conformidade PCI DSS inclui
O PCI DSS é estruturado com base em 12 requisitos.
1. Instalar e manter os firewalls
A primeira linha de defesa é um firewall bem configurado, capaz de bloquear tráfego indesejado. As regras devem ser revisadas regularmente, eliminando exceções desnecessárias. O uso de regras personalizadas é essencial.
2. Evitar senhas e configurações padrão
Dispositivos e software geralmente vêm de fábrica com senhas e parâmetros conhecidos publicamente. Altere-os imediatamente, desative contas não utilizadas e encerre serviços que não são necessários.
3. Proteger dados armazenados de titulares de cartão
Se não for necessário manter dados de cartão, não os armazene. Quando o armazenamento for inevitável, aplique criptografia (encryption) forte, mascare ou trunque os dados sempre que possível e administre as chaves de criptografia com segurança. Elimine os dados quando deixarem de ser necessários.
4. Criptografar dados em trânsito
Sempre que informações de cartão trafegarem em redes abertas, devem ser protegidas por criptografia. Utilize protocolos modernos, como Transport Layer Security (TLS) 1.2 ou superior. Protocolos antigos, como Secure Sockets Layer (SSL), não são mais seguros. Nunca envie números de cartão por e-mail ou canais sem criptografia.
5. Proteger contra malware
Todo sistema que possa ser alvo de software malicioso precisa ter proteção antimalware atualizada e configurada para execução automática. A versão 4.0 do PCI DSS amplia essa exigência ao recomendar o uso de ferramentas avançadas de detecção, além dos antivírus tradicionais.
6. Aplicar correções em sistemas e aplicações
Falhas de segurança são a porta de entrada de invasores. Mantenha um inventário atualizado de ativos, acompanhe boletins de segurança e aplique correções rapidamente. Se desenvolver suas próprias aplicações, siga práticas de codificação segura.
7. Restringir o acesso aos dados por função
Adote o princípio do menor privilégio. Apenas funcionários que realmente precisem acessar dados de cartão devem ter permissão. Use controles baseados em função, revogue acessos assim que os papéis mudarem e considere o uso de acesso temporário para tarefas sensíveis.
8. Autenticar usuários de forma exclusiva
Cada pessoa deve possuir um identificador único. Não permita logins compartilhados. Exija senhas robustas e autenticação multifator para todo acesso a sistemas no ambiente de dados do titular do cartão (CDE). Esse requisito é obrigatório na versão 4.0 do PCI DSS.
9. Controlar o acesso físico
Proteja todos os locais onde os dados de cartão possam existir fisicamente: salas de servidores, terminais de pagamento, registros em papel e backups. Use crachás de identificação, fechaduras e câmeras de vigilância. Destrua registros que não forem mais necessários.
10. Rastrear e monitorar acessos
Ative o registro detalhado de logs em sistemas que manipulam informações de titulares de cartão. Registre quem fez o quê e quando. Armazene pelo menos um ano de logs — os três meses mais recentes devem estar facilmente acessíveis — e revise-os periodicamente para identificar comportamentos fora do padrão.
11. Testar a segurança de forma regular
Realize varreduras de vulnerabilidade trimestrais. Se sua empresa atua online, contrate um Approved Scanning Vendor credenciado pelo PCI Security Standards Council. Faça também testes de invasão anuais, no mínimo, e varreduras internas após qualquer mudança importante no sistema. Esses testes ajudam a identificar falhas antes que criminosos as explorem.
12. Manter políticas de segurança e treinar a equipe
A conformidade depende tanto das pessoas quanto da tecnologia. Crie uma política formal de segurança, atualize-a anualmente e promova treinamentos contínuos para que todos saibam como proteger dados de pagamento.
Considere a checklist de conformidade PCI DSS como um guia de ação. Configure, criptografe, restrinja, monitore, teste e treine — e repita conforme sua empresa evolui.
Como monitorar e testar redes para manter a conformidade PCI
O PCI DSS também exige que você comprove, diariamente, a efetividade dos controles de segurança. Isso envolve monitoramento e testes.
Registro e monitoramento
Sistemas que processam dados de titulares de cartão devem gerar logs detalhados, indicando quem acessou, quando e quais ações foram executadas. É necessário armazenar pelo menos um ano de registros, mantendo os três meses mais recentes disponíveis para consulta imediata. Além disso, os logs devem ser revisados com frequência. Muitas empresas configuram alertas automáticos para identificar comportamentos suspeitos, como um administrador acessando o sistema em horários incomuns.
Varredura de vulnerabilidades
O PCI DSS exige varreduras trimestrais dos sistemas com exposição à internet, realizadas por um fornecedor aprovado. Também é recomendado programar varreduras internas, especialmente após grandes alterações. Esses testes identificam fraquezas conhecidas, como software desatualizado e firewalls mal configurados, que podem ser exploradas por invasores.
Testes de invasão
Execute testes de penetração pelo menos uma vez por ano. Trata-se de simulações conduzidas por profissionais especializados que analisam o ambiente como um invasor faria. Diferentemente das varreduras automáticas, esses testes avaliam como vulnerabilidades combinadas podem gerar riscos reais e ajudam a entender a segurança do sistema sob a perspectiva de um atacante.
Validação contínua
A conformidade com PCI significa seguir um ciclo permanente: configurar sistemas, realizar varreduras, aplicar processos de remediação e repetir os testes. O objetivo é detectar falhas antes que resultem em violações e demonstrar que os controles permanecem eficazes sob análise constante.
Como as empresas podem manter um ambiente seguro de dados de titulares de cartão
Garantir a segurança dos dados de titulares de cartão requer criar um ambiente em que os riscos sejam reduzidos em todas as camadas. O PCI DSS chama esse ambiente de CDE, e mantê-lo protegido exige atenção ao escopo, ao armazenamento, ao acesso e à arquitetura.
Veja como proteger o seu CDE.
Definir e reduzir o escopo
Primeiro, identifique com precisão onde os dados de cartão circulam em seus sistemas. Mapeie aplicativos, bancos de dados, terminais e redes que armazenam ou transmitam essas informações. Em seguida, reduza essa área: se um sistema não precisa lidar com dados de cartão, ele deve ser removido do escopo.
Não armazenar o que não é necessário
Cada dado de cartão armazenado representa uma responsabilidade. Guarde apenas o essencial e configure processos automáticos para eliminar informações antigas. Utilize mascaramento e truncamento sempre que possível, de modo que, mesmo em caso de exposição, os dados sejam inúteis para invasores.
Tokenizar e criptografar
Quando for indispensável lidar com números de cartão, substitua-os por tokens sem valor fora do seu ambiente. Aplique criptografia tanto em repouso quanto durante o tráfego de dados e gerencie as chaves de criptografia com o mesmo rigor aplicado à proteção de dados: limite os acessos, rotacione as chaves periodicamente e registre cada uso.
Segmentar a rede
Mantenha o CDE isolado do restante dos sistemas. A segmentação de rede garante que, se uma área for comprometida, os invasores não consigam acesso direto aos dados de pagamento.
Restringir e monitorar o acesso
Implemente controles de acesso rígidos: permissões baseadas em função, autenticação multifator e logs de todas as tentativas de acesso. Revise os privilégios com frequência e remova permissões que não sejam mais necessárias.
Um CDE seguro depende de revisão constante, atualizações e testes regulares. Ao restringir o escopo, criptografar corretamente e limitar a exposição, é possível construir um ambiente resiliente a falhas humanas e ataques.
Quais etapas seguir para se preparar para a conformidade PCI DSS
Antes de preencher um questionário ou agendar uma auditoria, é essencial ter uma visão completa de como sua empresa lida com dados de cartão e onde estão os riscos. Isso transforma a conformidade PCI DSS de um conceito abstrato em um plano de ação concreto, com escopo, evidências e responsabilidades bem definidos desde o início.
Veja como se preparar.
Escopo
Identifique todos os sistemas, aplicativos e redes que manipulam dados de titulares de cartão. Elabore um diagrama de fluxo de dados mostrando exatamente como as informações de cartão se movem dentro do ambiente, desde o ponto de entrada (como site, terminal ou aplicativo) até o local onde são processadas ou armazenadas. Qualquer elemento que interaja com dados de cartão faz parte do escopo.
Inventário de ativos
Liste todos os hardwares, softwares e provedores de serviços envolvidos no processo de pagamento. Isso ajuda a entender o que precisa ser protegido e em quais pontos entram as responsabilidades de terceiros.
Análise de lacunas
Compare os controles atuais com os 12 requisitos do PCI DSS. A análise de lacunas revela políticas ausentes, configurações desatualizadas ou sistemas sem correções aplicadas, oferecendo um roteiro priorizado de remediação.
Caminho de validação
As empresas normalmente validam a conformidade por meio de um Questionário de Autoavaliação. No entanto, organizações de grande porte geralmente precisam de um Relatório de Conformidade formal elaborado por um Qualified Security Assessor. O tipo de validação depende do volume de transações e da forma como a empresa processa pagamentos.
Cronograma e responsabilidades
Reserve tempo para as etapas de correção, documentação, testes e treinamento. Defina claramente quem é responsável por cada tarefa para evitar falhas de execução.
Como manter a conformidade PCI DSS ao longo do tempo
A conformidade é um processo contínuo. Manter a conformidade com PCI a longo prazo significa incorporar práticas de segurança no funcionamento diário da empresa.
Veja o que isso exige.
Programar verificações recorrentes
Agende varreduras de vulnerabilidade trimestrais, testes de penetração anuais, revisões de políticas e avaliações regulares de risco. Registre todas as atividades para manter histórico acessível tanto aos auditores quanto à própria equipe.
Promover treinamentos contínuos
As pessoas são parte fundamental do sistema. Realize sessões regulares de conscientização em segurança para que os funcionários saibam identificar dispositivos adulterados, tentativas de phishing e sinais de comprometimento. Atualize o treinamento sempre que houver mudanças nos padrões ou nos processos internos.
Monitorar provedores
Os provedores terceirizados muitas vezes participam do fluxo de pagamento. Avalie periodicamente o status de conformidade deles e garanta que os contratos reflitam as obrigações de segurança acordadas.
Preparar-se para responder a incidentes
Mantenha um plano de resposta a incidentes bem definido: estabeleça quem deve ser acionado, como isolar sistemas afetados e como comunicar as partes interessadas. É essencial agir rapidamente quando algo sai do esperado.
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O conteúdo deste artigo é apenas para fins gerais de informação e educação e não deve ser interpretado como aconselhamento jurídico ou tributário. A Stripe não garante a exatidão, integridade, adequação ou atualidade das informações contidas no artigo. Você deve procurar a ajuda de um advogado competente ou contador licenciado para atuar em sua jurisdição para aconselhamento sobre sua situação particular.